Ultimamente, nenhuma novidade relevante tem surgido no campo da terapia para acondroplasia nos principais jornais científicos e por isso o ritmo do blog anda um pouco lento.
Mesmo assim, nos últimos meses foram publicados vários estudos interessantes abordando aspectos da fisiologia da cartilagem de crescimento e dos mecanismos associado ao crescimento ósseo. Por exemplo, um deles, uma revisão sobre o destino dos condrócitos da placa de crescimento (1), cujo autor é Pavel Krejci, um investigador apaixonado pela ação do receptor de fator de crescimento de fibroblastos 3 (FGFR3) no desenvolvimento ósseo e no câncer, nós já revimos neste artigo anterior do blog .
Relevância
Por que iso é relevante? Porque esses resultados fornecem mais evidência para a importância do FGF18 como um fator chave para o desenvolvimento da cartilagem de crescimento, um potencial alvo para o tratamento da acondroplasia.
Estratégias para tratar a acondroplasia que, ao invés de serem direcionadas contra o FGFR3, visam os seus ativadores já existem, e uma delas recebeu muita atenção no ano passado. Refiro-me à estratégia desenvolvida pelo grupo francês liderado pela Dra. Elise Gouze (5; revisto neste artigo do blog). Em seu estudo, essa equipe criou uma molécula parecida com o FGFR3 que não fica presa à parede do condrócito como acontece com o receptor original, e dessa forma pode circular livremente. Eles testaram essa molécula em um modelo animal de acondroplasia e verificaram que ela conseguia resgatar o crescimento dos animais testados.
O mecanismo de ação proposto para esse composto é de que ele seria capaz de capturar os ativadores do FGFR3 (também chamados de ligantes) antes que eles pudessem ativar o receptor preso à membrana da célula. Em outras palavras, a molécula estava capturando os sinais de TV antes que eles chegassem à antena, e assim a TV não podia transmitir nenhum programa. Não se sinta perdido com este texto, pois estou resumindo muito toda a questão. Veja a revisão sobre o tema publicada neste artigo do blog. Ela pode lhe ajudar a entender melhor esta história.
Referências
1. Krejci P. The paradox of FGFR3 signaling in skeletal dysplasia: why chondrocytes growth arrest while other cells over proliferate. Mut Res 2013; http://dx.doi.org/10.1016/j.mrrev.2013.11.001.
4. Shu C et al. Comparative immunolocalisation of perlecan, heparan sulphate, fibroblast growth factor-18, and fibroblast growth factor receptor-3 and their prospective roles in chondrogenic and osteogenic development of the human foetal spine. J.Eur Spine J 2013; 22(8):1774-84.
5. Garcia S et al. Postnatal soluble FGFR3 therapy rescues achondroplasia symptoms and restores bone growth in mice. Sci Transl Med 2013;5:203ra124.
1. Krejci P. The paradox of FGFR3 signaling in skeletal dysplasia: why chondrocytes growth arrest while other cells over proliferate. Mut Res 2013; http://dx.doi.org/10.1016/j.mrrev.2013.11.001.
2. Garofalo S et al.Skeletal dysplasia and defective chondrocyte differentiation by targeted overexpression of fibroblast growth factor 9 in transgenic mice. J Bone Miner Res 1999; 14 (11): 1909-15. Free access.
3. Davidson D et al. Fibroblast growth factor (FGF) 18 signals through FGF Receptor 3 to promote chondrogenesis. J Biol Chem 2005; 280: 20509-15. Free access.
3. Davidson D et al. Fibroblast growth factor (FGF) 18 signals through FGF Receptor 3 to promote chondrogenesis. J Biol Chem 2005; 280: 20509-15. Free access.
4. Shu C et al. Comparative immunolocalisation of perlecan, heparan sulphate, fibroblast growth factor-18, and fibroblast growth factor receptor-3 and their prospective roles in chondrogenic and osteogenic development of the human foetal spine. J.Eur Spine J 2013; 22(8):1774-84.
5. Garcia S et al. Postnatal soluble FGFR3 therapy rescues achondroplasia symptoms and restores bone growth in mice. Sci Transl Med 2013;5:203ra124.
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